A prevenção combinada é uma estratégia fundamental no combate ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Para travestis e pessoas trans, essa abordagem é ainda mais importante, pois oferece diferentes possibilidades de proteção e cuidado, respeitando as realidades e escolhas de cada corpo e vivência.
A prevenção não se limita ao uso de preservativos — ela envolve acolhimento, informação, testagem regular, acesso à PrEP e PEP, e políticas públicas que garantam o direito à saúde.
Prevenção combinada é o uso integrado de diferentes métodos para prevenir o HIV e outras ISTs. Ela considera a diversidade de contextos sociais, sexuais e individuais das pessoas, oferecendo ferramentas para que cada uma escolha as estratégias que fazem mais sentido para sua realidade.
Entre os principais métodos estão:
Uso de preservativos externos e internos
Testagem regular para HIV e ISTs
Profilaxia pré-exposição (PrEP)
Profilaxia pós-exposição (PEP)
Redução de danos
Tratamento para pessoas que vivem com HIV (como forma de prevenção – carga viral indetectável)
Informação e educação em saúde
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é um medicamento tomado diariamente que reduz drasticamente as chances de infecção pelo HIV. É indicada para pessoas que têm maior vulnerabilidade à exposição ao vírus — o que inclui travestis e pessoas trans em contextos de violência, discriminação, ou que tenham múltiplos parceiros(as).
A PrEP é oferecida gratuitamente pelo SUS e deve ser usada com acompanhamento médico e exames regulares.
A PEP (Profilaxia Pós-Exposição) é um tratamento de emergência que deve ser iniciado em até 72 horas após uma situação de risco (relação sexual desprotegida, rompimento de preservativo, violência sexual, etc.). O tratamento dura 28 dias e também está disponível gratuitamente no SUS.
Testar-se com frequência é um ato de autocuidado. Travestis e pessoas trans enfrentam inúmeras barreiras para acessar serviços de saúde — por isso, é essencial que os espaços de testagem sejam seguros, sem julgamento, e com profissionais capacitados para acolher.
Algumas ONGs, serviços itinerantes e centros de referência oferecem testagem rápida, sigilosa e gratuita.
Além dos métodos biomédicos e comportamentais, a prevenção combinada também deve ser afetiva e social. Isso significa criar ambientes que respeitem as identidades de gênero, promovam a escuta ativa e combatam a transfobia institucional.
Não basta oferecer preservativo: é preciso oferecer escuta, apoio e pertencimento.
Travestis e pessoas trans que vivem com HIV devem ter acesso garantido ao tratamento com antirretrovirais. Com o tratamento adequado, a carga viral se torna indetectável — o que significa que o HIV não é transmitido (I=I: Indetectável = Intransmissível).
Esse é um avanço fundamental na luta contra o estigma e o preconceito.
A prevenção combinada oferece opções reais de cuidado, proteção e autonomia para travestis e pessoas trans. Mais do que uma estratégia médica, ela é uma ferramenta de dignidade. É direito de todos e todas ter acesso à informação, atendimento de qualidade e respeito.
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