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Hormonioterapia para travestis e pessoas trans: cuidados, acesso e segurança
samantha 23 de março de 2025

Introdução

A hormonioterapia é um dos caminhos que muitas travestis e pessoas trans escolhem para alinhar suas características físicas com sua identidade de gênero. Embora seja uma decisão pessoal, ela deve ser feita com orientação profissional e acompanhamento médico. Neste artigo, vamos falar sobre o que é hormonioterapia, como acessá-la com segurança e quais são os principais cuidados necessários.

O que é hormonioterapia?

A hormonioterapia é o uso de hormônios com o objetivo de promover características físicas mais próximas da identidade de gênero da pessoa. Para pessoas trans femininas e travestis, geralmente envolve o uso de estrogênios e antiandrogênicos para reduzir os efeitos da testosterona e promover características como redistribuição de gordura corporal, suavização da pele, redução de pelos e desenvolvimento mamário.

É importante destacar que a hormonioterapia não altera a voz, nem muda estruturas ósseas já formadas.

 

Riscos do uso sem acompanhamento médico

Infelizmente, muitas travestis e pessoas trans acabam realizando a hormonioterapia por conta própria, sem acompanhamento adequado, devido às barreiras de acesso ao sistema de saúde. Isso aumenta o risco de complicações como:

  • Tromboembolismo

  • Problemas hepáticos

  • Hipertensão

  • Alterações no colesterol

  • Problemas renais

Por isso, é fundamental buscar atendimento médico especializado, preferencialmente em ambulatórios trans ou com profissionais capacitados.

Onde buscar atendimento gratuito?

Em várias capitais do Brasil, existem ambulatórios públicos especializados na saúde de pessoas trans. Você pode procurar por:

  • Ambulatórios trans em hospitais universitários

  • Serviços de saúde da família com profissionais capacitados

  • Clínicas populares com atendimento acessível

  • Unidades de saúde que aplicam a Política Nacional de Saúde Integral de LGBT+

  • O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece hormonioterapia gratuitamente, mediante avaliação médica.

    Cuidados durante a hormonioterapia:

    • Realizar exames periódicos (sangue, fígado, colesterol, etc.)

    • Respeitar a dosagem prescrita

    • Evitar comprar hormônios em locais sem procedência

    • Relatar qualquer efeito colateral ao profissional de saúde

     

Atenção à saúde mental:

O processo de transição hormonal pode ser desafiador. O acompanhamento psicológico, quando possível, pode ajudar na adaptação emocional e na construção da autoestima.

Importância do acolhimento:

A hormonização deve ser tratada como um direito das travestis e pessoas trans, com respeito à sua autonomia e sem discriminação por parte dos serviços de saúde. O acolhimento humanizado é essencial para a continuidade do tratamento.

Conclusão

A hormonioterapia pode ser um passo importante para o bem-estar e a afirmação da identidade de travestis e pessoas trans, mas deve ser feita com segurança. A informação, o acesso ao SUS e o acolhimento fazem toda a diferença.