A hormonioterapia é um dos caminhos que muitas travestis e pessoas trans escolhem para alinhar suas características físicas com sua identidade de gênero. Embora seja uma decisão pessoal, ela deve ser feita com orientação profissional e acompanhamento médico. Neste artigo, vamos falar sobre o que é hormonioterapia, como acessá-la com segurança e quais são os principais cuidados necessários.
A hormonioterapia é o uso de hormônios com o objetivo de promover características físicas mais próximas da identidade de gênero da pessoa. Para pessoas trans femininas e travestis, geralmente envolve o uso de estrogênios e antiandrogênicos para reduzir os efeitos da testosterona e promover características como redistribuição de gordura corporal, suavização da pele, redução de pelos e desenvolvimento mamário.
É importante destacar que a hormonioterapia não altera a voz, nem muda estruturas ósseas já formadas.
Infelizmente, muitas travestis e pessoas trans acabam realizando a hormonioterapia por conta própria, sem acompanhamento adequado, devido às barreiras de acesso ao sistema de saúde. Isso aumenta o risco de complicações como:
Tromboembolismo
Problemas hepáticos
Hipertensão
Alterações no colesterol
Problemas renais
Por isso, é fundamental buscar atendimento médico especializado, preferencialmente em ambulatórios trans ou com profissionais capacitados.
Em várias capitais do Brasil, existem ambulatórios públicos especializados na saúde de pessoas trans. Você pode procurar por:
Ambulatórios trans em hospitais universitários
Serviços de saúde da família com profissionais capacitados
Clínicas populares com atendimento acessível
Unidades de saúde que aplicam a Política Nacional de Saúde Integral de LGBT+
O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece hormonioterapia gratuitamente, mediante avaliação médica.
Cuidados durante a hormonioterapia:
Realizar exames periódicos (sangue, fígado, colesterol, etc.)
Respeitar a dosagem prescrita
Evitar comprar hormônios em locais sem procedência
Relatar qualquer efeito colateral ao profissional de saúde
O processo de transição hormonal pode ser desafiador. O acompanhamento psicológico, quando possível, pode ajudar na adaptação emocional e na construção da autoestima.
A hormonização deve ser tratada como um direito das travestis e pessoas trans, com respeito à sua autonomia e sem discriminação por parte dos serviços de saúde. O acolhimento humanizado é essencial para a continuidade do tratamento.
A hormonioterapia pode ser um passo importante para o bem-estar e a afirmação da identidade de travestis e pessoas trans, mas deve ser feita com segurança. A informação, o acesso ao SUS e o acolhimento fazem toda a diferença.
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